Atropelam qualquer medo, buzinando nos ouvidos da noite
Mendigos com seus passos vagabundos
De remorsos tão profundos, cospem na cara da noite
Noite, talvez pelo seu tamanho
Me faz sentir um corpo estranho
Não lhe posso pertencer
Noite, eu lhe adoro e lhe detesto
Mas me conformo com o seu resto
O dia que vai nascer
Gritos, cortam o peito do silêncio
Murmúrios de nervos tão tensos
Ecoam na calada da noite
Prostitutas de insônia atrevida
Com corujas escondidas
Em baixo das saias da noite
Noite, talvez pelo seu tamanho
Me faz sentir um corpo estranho
Não lhe posso pertencer
Noite, eu lhe adoro e lhe detesto
Mas me conformo com o seu resto
O dia que vai nascer
Chuva de água mole em pedra dura
Viaja em nuvens tão escuras
Urinando na boca da noite
Cães vadios rosnam por sua fatia E vingam sua hidrofobia,
Mordendo as pernas da noite Noite, talvez pelo seu tamanho
Me faz sentir um corpo estranho Não lhe posso pertencer
Noite, eu lhe adoro e lhe detesto Mas me conformo com o seu resto
O dia que vai nascer
Compositor: Marcelo Drumond Nova (Marcelo Nova) (UBC)Editor: Warner (UBC)Publicado em 1998 (02/Set)ECAD verificado obra #258268 e fonograma #29871 em 02/Abr/2024